"A alma de Deus, pode bem aparecer dentro dos olhos de um gato".

(Provérbio Celta)

sábado, fevereiro 09, 2008

SÓNIA PEREIRA - JOVEM E INDEPENDENTE...

A Sónia é uma amiga do Norte e as associações e pessoas que a ajudaram também... Portanto, se és do Norte... (Obrigada, Soninha!!!)

AQUI ESTÁ O SEU PRECIOSO TESTEMUNHO:
(Para que conste, para que se interiorize e para que se PERCEBA...)

"Eu também já fui uma dessas "aves raras", jovem, independente, com casa própria e rendimento simpático.

Adoptar um animal? Nem pensar. Queria poder ir de férias, sair quando me apetecer, não estar presa.

Até que me apareceu a "Mia" cá do sitio ;-), sob a forma da Indyana (Ana Barroso), que insistiu comigo que não davam trabalho nenhum, que podiam ficar uns dias sós com alguém a ir pôr comida, que não havia problema, etc e tal (perceba-se que havia uma colega nossa que tinha um gatinho para dar e que era publico e notório de eu adoro gatos).

Lá me convenceram a ficar com o meu Indy. Comecei a frequentar os foruns, a aprender mais sobre gatos e a ver que havia tantos sofredores.

Em breve achei que o Indy precisava de um mano, "para não estar tanto tempo só" (e porque era muito brutinho). Então fui ver um dos meninos dos Bichanos do Porto. Só que em vez de 1 trouxe 2 - o meu Mischa e o meu Darcy. E não parei mais. Já apanhei da rua, sou FAT, passei duas vezes a FAD, com 2 meninas, a Bess e a Misty, já tive que eutanasiar dois de tão doentinhos que estavam.

Se fico cansada? Fico, muitas vezes.

Se sofro? Muito, detesto dar gatos e fartei-me de chorar quando tive que eutanasiar os doentes.

Se tenho alegrias? Imensas - quando faço festinhas num pelo macio que já foi feio e áspero, quando vejo uns olhos verdes fitos nos meus com total confiança, quando tenho consciência que ao perto ou de longe, ajudei mais um bichano.

Mas, essencialmente, sinto-me VIVA!!!"

(Os gatos felizes da Sónia: Indy, Bess, Darcy e Misha...)

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

A RAINHA D. AMÉLIA DOS OLHOS DOCES...

Quando me envolvi no "mundo dos animais", conheci muita gente.. mesmo muita e quando depois tive que fazer uma "triagem"... tive o orgulho de constactar que estava inserida e tinha sido aceite no lugar que sempre tinha procurado onde não era ridiculo amar um animal como elemento da nossa família, preocuparmo-nos com ele sem sermos considerados tolos.

Maioritariamente "fiquei" fan de quase todas as pessoas que conheci no ínicio e tenho o previlégio de ser amiga de muitas. Estas, são pessoa altruístas que ajudam por amor e dão sem pedir nada em troca. Têm as suas família, os seus filhos, os seus maridos, as suas casas, os seus empregos, os seus animais e no meio de tudo isto ainda encontram tempo para ajudar as associações e retirarem das ruas (á sua custa) animais em risco.

Mas posso dizer que quem me "envolveu" neste "mundo" foi a Kelly que me convidou a participar numa campanha de adopções, onde eu não queria ír... (porque não posso estar perto de animais sem dono... levo-os para casa) e... foi aí que vi pela primeira vez a Amélia...
A Amélia tinha sido recolhida magra, escanzelada e assustada por uma rapariga que a entregou á irmã de uma amiga nossa.

A Amélia foi o único animal que não foi adoptado nessa campanha de adopções por ser preta.
A Amélia ficou-me logo no meu coração assim que a vi.

No fim do dia perante as lágrimas de tristeza da irmã da nossa amiga levaram-na de volta sem familia...

No fim do dia eu fui para casa a pensar nela.
No dia seguinte abriram um tópico num site de animais intitulado: "A Gata que não foi adoptada na campanha" e eu comecei a querer dar a volta ao meu marido para a adoptarmos mas sem sucesso.
Finalmente apareceu uma pessoa para a adoptar... conversou, falou, entusiasmou-se, foi vê-la... "reservou-a" e no dia seguinte colocou uma mensagem a dizer que "não poderia adoptar a Amélia porque marido tinha levado outro gatinho para casa"...

No dia seguinte contra "ventos e marés" fui buscar a Amélia... Foi no dia 13 de Agosto 2005.

Hoje, a Amélia, faz parte da nossa família... Incrivelmente, não me adoptou a mim mas sim ao meu marido de quem é incondicional fan, deita-se-lhe no colo, ronrona-lhe se ele está na cama deita-se em cima dele... e ele, que inicialmente não a queria diz sempre: "E eu que não dava nada por ti... és um agradável surpresa..."

O facto real é que a nossa Rainha D. Amélia dos Olhos Doces quando acabou a campanha já tinha família...

CADELA MATILDE E O "ALGUEM MUITO ESTÚPIDO"...

Fui descobrir esta história no meu baú...

Quem são os protagonistas?!... Que interessa isso... Esta história é verídica e aconteceu no gélido Inverno de 2003.

"Todas as manhãs saio de casa por volta da 7H30, (tem que ser vou enfrentar IC19 para Lisboa…).

No inicio do Mês de Dezembro de 2003 reparei pela primeira na cadela, bela esguia, tonalidade dourada focinho comprido, fazia lembrar um galgo mas um pouco mais robusta. Ia atrás de um grupo de crianças (a escola primária fica mesmo em frente ao meu prédio) e as crianças brincavam com ela.Nos dias a seguir vi-a sempre atrás das crianças.

Á tarde nunca a via e supus que fosse de alguém que de manhã a soltava para acompanhar a criança á escola, comecei a “meter-me” com ela, fazia-lhe uma carícia, falava-lhe e ela vinha até mim abanicando a cauda mostrando a língua.

Porem vieram as férias do Natal das crianças e a escola fechou. E Naquela gélida e chuvosa manhã em particular a cadela estava deitada na entrada do meu prédio a tiritar de frio. Fumegava da boca e estava encharcada. Eu e o meu marido íamos a sair para o emprego e doeu-nos o coração.

Subimos a escada e fomos buscar a “toalha dos gatos", limpámo-la e demos-lhe comida (foram restos, porque nós não temos cães e era única coisa que lhe podíamos dar). Ela coitada estava esfomeadas comeu tudo. Depois tivemos que sair… Não podíamos deixá-la em casa porque temos gatos, mas deixámo-la dentro da portaria do nosso prédio de acesso à escada, ela ficou a olhar para nós com um olhar entre a ansiedade e a tristeza.

Aquele dia estava particularmente frio e chuvoso.

À noite quando chegámos, já trazíamos comida de cão e champoo para as pulgas. Mas a cadela não estava no prédio, saímos para a rua, fomos á escola, nada… Pensámos o que sempre pensámos até então, que era: tinha um dono, que a tratava muito mal e que a soltava de manhã…

Nos dias seguintes não a vimos mais e esquecemos…

Por norma em Janeiro, acontecem as reuniões de condomínio, para mudança de administração etc. e no meio do debate, o meu vizinho do 6º Andar (Enfermeiro de Profissão) queixa-se de que “alguém muito estúpido” tinha abandonado uma cadela dentro do nosso prédio… Eu não abri a boca… fiquei imóvel... o meu coração batia descompassado!!! E de seguida ele disse que não sabia como é que alguém tinha tido a coragem de ter abandonado aquele ser tão fantástico, dócil e maravilhoso!!! Eu abri a boca toda, quando ele disse que a tinha com ele… ELE TINHA FICADO COM ELA!!!!

Pois a história foi a seguinte: Depois de a termos secado e alimentado ela afastou-se o mais possível da porta da rua, ou seja foi para o 6º Andar e deitou-se no tapete do meu vizinho que é enfermeiro e trabalha por turnos. Ele ouviu barulho na porta e veio ver o que era, e parece que foi amor á primeira olhadela…"Matilde" foi o nome que o "novo pai" lhe deu e deu-lhe também um colete, uma trela, e uma mãe (que gosta tanto dela como dono - é que ele casou no ano 2004 e a Matilde foi ao casamento).

Passeiavam-na pela mata aqui ao lado. E quando os encontrava na escada ou no elevador, a Matilde tinha sempre um abanicar de cauda e uma lambidela muito especial para nós… O meu vizinho dizia que “nem a toda a gente ela faz isso”… Porque seria???? O meu vizinho nem imagina que o “alguém muito estúpido” fui eu, e que não abandonei, abriguei-a, e com isso os fiz conhecerem-se e serem felizes.

Bem... Mas acho que o “timing” para lhe contar esta história já passou e este segredo está seguro entre nós e a Matilde…

Perceberam que se falou no passado?!... Pois... a Matilde ainda está viva, feliz e de boa saúde... a situação é que mudou de casa... e vive numa moradia, com os donos... mas ela nunca contou esta história a ninguem... e eu, bem... ninguem sabe quem eu sou...

Nunca tive fotos da Matilde (nome verdadeiro)... Mas a família dela deve ter... e isso é que importa..."