"A alma de Deus, pode bem aparecer dentro dos olhos de um gato".

(Provérbio Celta)

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

HISTÓRIAS DA AVÓ ANA...

"Se é que o meu contributo serve para alguma coisa, aqui vai ele.

Nunca me deixaram ter qualquer animal, somente uns grilos que acabam por morrer quando acabava a época da alface.
O meu único contacto com animais em criança foi de um pincher de uma tia que infelizmente acabou for falecer na minha casa; se até aí a minha mãe não queria animais ainda pior ficou depois da morte do Bobi por quem tanto chorámos as duas.

Penso que isto ficou comigo e também eu não queria animais embora gostasse muito de cães e gatos para mim era a crendice popular "são falsos e não conhecem o dono".

Em casa da minha sogra havia um belo Pastor Alemão e um lindo rafeirito mas nem por isso eu me entusiasmava de ter animais, achava que tudo daria muito trabalho e eu tinha dois filhos pequenos. Ela tinha sempre gatos e só me lembro de uma a Charrinha que viveu 18 anos mas eu era tão desligada de gatos que nem sequer me recordo das cores dela, havia sempre vários lá em casa mas como entravam e saiam nem sei bem quais eram verdadeiramente dela.
Uma coisa um dia me marcou, nasceram bebés lá em casa e a minha sogra pediu-me para "acabar" com os bebés visto que achava que eu não lhes ligava, só lhe respondi que podia não ligar mas era incapaz de fazer o que me pedia, aliás nunca fiz mal a nenhum animal embora não lhes ligasse.

Mas a minha paixão um dia surgiu, forte e arrebatadora, pensei que queria ter um gato e ele pareceu à minha frente dentro de um cestinho com mais dois irmãos exactamente iguais, Pretos Lindos, não havia por onde escolher, o meu marido pegou num e ficou, o Negrito.

A partir daí e paixão foi crescendo e eu que não sabia nada, absolutamente nada de gatos, aprendi, entusiasmei-me e conheci um monte de gente que ajuda animais, também eu comecei a ajudar alguns.
O Negrito não é exemplo de uma história triste, afinal ele nasceu numa casa e tudo farei para que seja feliz comigo até que a morte nos separe.

Muitas vezes quando olho para ele os meus olhos ficam marejados de lágrimas pensando no quanto gosto dele, a minha Pantera Negra Linda.

Claro que adoro todos os meus meninos, a Mimi que se pendurou nas minhas pernas para brincar, o Pantufas que foi apanhado na estrada numa noite escura de verão e mama no meu pescoço desde a hora que o apanhei, a Menina que me presenteou com os seus dois bebés.

Falta ainda falar da minha Farrusca, um linda cadela abandonada e por nós recolhida que nos mostra todo o seu amor assim que estamos com ela. Também por ela choro sempre que a deixo mas consolo-me pensando que ela tem casa e comida, coisa que os antigos donos selvaticamente lhe retiraram.

Dos 17 bebés de que fui FAT só um teve um triste final, dos outros tanto quanto sei tem vidas felizes e esses tem o seu cantinho no meu coração.

A todos eles desejo longas e felizes vidas."

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

SÓNIA COSTA E A SUA ESTRELINHA.

´"Foi assim que te vi pela primeira vez:

Apesar da história de sofrimento que acompanhava o teu anúncio, senti logo que eras especial, mas como não ainda conhecia o site “Felinus”, não pude inteirar-me de quanto tinhas sofrido e de quanto tinhas lutado para viver.
(Ainda hoje ao reler o tópico onde falam de ti, os meus olhos se enchem de água ao pensar no que passaste, sem cauda, ao frio, com fome, abandonada.)

Na foto do teu anúncio, o teu olhar de êxtase a receber festinhas não mais me largou e fez com que iniciasse uma tentativa desesperada para que alguém te adoptasse.

Eu na altura não era hipótese pois o teu “papá” não gostava de gatos, “só da Joaninha” (dizia ele...), falei com quem sabia gostar de gatos, com quem não os tinha mas gostava, mandei mails e um dia a amiga responsável pela tua adopção enviou-me um mail a dizer que tinhas sido adoptada. Fiquei tão feliz por saber que irias ter quem te provocasse aquele olhar para sempre...

Mas… afinal o para sempre foram 2 dias e passado esse tempo lá veio novo mail a dizer que tinhas sido “devolvida” à UZ. Chorei e revoltei-me e pensei porque haverias de ter de continuar a sofrer. Telefonei à tia Suzi a chorar desesperada porque havia qualquer coisa em ti que não me deixava esquecer-te.

Abençoado telefonema, pois foi ele com que fez que te tornasses na minha “prenda” do dia de namorados.

No dia 7 de Fevereiro de 2004 (dia 14 os teus “papás” iam a um casamento) estava eu a limpar a cozinha quando tocaram à porta e qual não foi o meu espanto e suprema alegria quando olhei para a câmara e vi o teu papá e a tia Suzi com uma transportadora: eras tu, tive a certeza sem sequer te ter visto, pode parecer exagero para quem não é capaz de amar um animal, mas o momento em que entraste lá em casa e eu te toquei é um dos momentos mais felizes de toda a minha vida.

Estavas encolhidinha na transportadora, de onde saíste directamente para debaixo da estante, chamei-te e vieste imediatamente ter comigo a dar-me turrinhas, peguei-te e só então vi o quão horrível era a tua lesão, não pude deixar de chorar e prometi a mim mesma que a partir daquela altura acontecesse o que acontecesse, tu nunca mais irias embora.

Fomos ao Dr. Chambel que te apelidou de fera (até hoje), que me disse o que eu ainda não sabia: tinhas lesões na bexiga e no intestino, provavelmente provocadas pelo arrancar da cauda, que poderiam significar incontinência urinária e dificuldade em defecar.

Saímos de lá e no carro prometi-te que tudo iria fazer para que não sofresses mais e que independentemente de todos os problemas de saúde que tinhas, não mais deixarias de ser a minha Princesa mais nova.

Desde esse momento até hoje, por muito passámos: caíste da varanda abaixo, foste operada a um mega-cólon, fazias xixi e cocó fora do sítio, mas cada dia que passa, cada vez que olho para esses teus olhos cor de âmbar sei que tudo valeu a pena, pois vieste iluminar a minha vida e ensinar-me que entre humanos e animais também há amor à primeira vista.

Obrigada por teres surgido na minha vida e tê-la tornado melhor.

A tua “mamã”,
Sónia"

domingo, fevereiro 17, 2008

A MARTA E A D. BRANCA

“A Branca apareceu em Outubro/04 na nossa colónia. Muito infeliz, vinha comer e pedia colo, ás vezes nem ligava á comida era mais o colo que lhe interessava. Pedia mesmo para a levarmos.

Ainda andou uns 2 meses na rua até decidirmos levá-la para nossa casa como já tínhamos 4 gatos e ainda os da colónia hesitamos muito em ficar com mais uma.
No dia que decidimos ficar com ela mais uma vez recusou a comida e saltou para o colo do meu marido. Não conseguimos deixá-la na rua....


Levamo-la para casa e colocamo-la separada dos outros. No dia seguinte deixamo-la no veterinário para dar banho (estava com o lombo todo sujo de óleo de carro) e fazer o teste FIV/FELV. A assistente do veterinário ligou-me a dizer que o teste tinha dado FIV Positivo e se eu ainda queria que lhe dessem banho????

Na altura eu estava muito pouco informada sobre o FIV e fiquei assustada, mas ao mesmo tempo chocada com a pergunta dela, á qual respondi de imediato: Claro que sim!!!!! Por acaso, fui ter ao site Felinus (em boa hora) e foi aí que fiquei elucidada sobre o FIV, porque o que me disseram no veterinário foi arrasador, só faltou sugerir que era melhor abater...
Bem, mas o pior foi depois, quando a tentei juntar aos meus. Ela atirava-se logo sem hesitar. O Chico então ganhou-lhe “cisma” e os dois tornaram-se inimigos mortais.

Cruzaram-se os dois algumas vezes e envolviam-se logo numa luta terrível, como ela tinha FIV era arriscado, mas mesmo que não tivesse era impossível a convivência com os outros ela não suportava a presença de gatos.
Teve como companhia um pardal fêmea e punha-se ao ao lado da gaiola á janela a apanhar sol....nunca levantou uma unha para o pardal!
Passado algum tempo decidimos, com muita pena, pô-la para adopção ela tinha de ser filha única.

Sempre foi muito engraçada e adorava estar connosco. Fazia um salto muito maluco à Baleia: atirava-se de um beliche para uma cadeira almofadada numa sequência que já estava ensaiada.

E o miado dela é único, nunca conheci um gato que miasse assim é alto e rouco - imponente.

Em Dezembro de 2007 tivemos um contacto para o anúncio que tinha colocado no Bichanos do Porto, e lá foi ela para Torres Novas.Tenho tido notícias regulares da Branca e está a fazer as delícias de um casal! Segundo a dona ela tornou-se muito mais activa e brincalhona."