SÓNIA COSTA E A SUA ESTRELINHA.
´"Foi assim que te vi pela primeira vez:
Apesar da história de sofrimento que acompanhava o teu anúncio, senti logo que eras especial, mas como não ainda conhecia o site “Felinus”, não pude inteirar-me de quanto tinhas sofrido e de quanto tinhas lutado para viver.
(Ainda hoje ao reler o tópico onde falam de ti, os meus olhos se enchem de água ao pensar no que passaste, sem cauda, ao frio, com fome, abandonada.)
Na foto do teu anúncio, o teu olhar de êxtase a receber festinhas não mais me largou e fez com que iniciasse uma tentativa desesperada para que alguém te adoptasse.
Eu na altura não era hipótese pois o teu “papá” não gostava de gatos, “só da Joaninha” (dizia ele...), falei com quem sabia gostar de gatos, com quem não os tinha mas gostava, mandei mails e um dia a amiga responsável pela tua adopção enviou-me um mail a dizer que tinhas sido adoptada. Fiquei tão feliz por saber que irias ter quem te provocasse aquele olhar para sempre...
Mas… afinal o para sempre foram 2 dias e passado esse tempo lá veio novo mail a dizer que tinhas sido “devolvida” à UZ. Chorei e revoltei-me e pensei porque haverias de ter de continuar a sofrer. Telefonei à tia Suzi a chorar desesperada porque havia qualquer coisa em ti que não me deixava esquecer-te.
Abençoado telefonema, pois foi ele com que fez que te tornasses na minha “prenda” do dia de namorados.
No dia 7 de Fevereiro de 2004 (dia 14 os teus “papás” iam a um casamento) estava eu a limpar a cozinha quando tocaram à porta e qual não foi o meu espanto e suprema alegria quando olhei para a câmara e vi o teu papá e a tia Suzi com uma transportadora: eras tu, tive a certeza sem sequer te ter visto, pode parecer exagero para quem não é capaz de amar um animal, mas o momento em que entraste lá em casa e eu te toquei é um dos momentos mais felizes de toda a minha vida.
Estavas encolhidinha na transportadora, de onde saíste directamente para debaixo da estante, chamei-te e vieste imediatamente ter comigo a dar-me turrinhas, peguei-te e só então vi o quão horrível era a tua lesão, não pude deixar de chorar e prometi a mim mesma que a partir daquela altura acontecesse o que acontecesse, tu nunca mais irias embora.
Fomos ao Dr. Chambel que te apelidou de fera (até hoje), que me disse o que eu ainda não sabia: tinhas lesões na bexiga e no intestino, provavelmente provocadas pelo arrancar da cauda, que poderiam significar incontinência urinária e dificuldade em defecar.
Saímos de lá e no carro prometi-te que tudo iria fazer para que não sofresses mais e que independentemente de todos os problemas de saúde que tinhas, não mais deixarias de ser a minha Princesa mais nova.
Desde esse momento até hoje, por muito passámos: caíste da varanda abaixo, foste operada a um mega-cólon, fazias xixi e cocó fora do sítio, mas cada dia que passa, cada vez que olho para esses teus olhos cor de âmbar sei que tudo valeu a pena, pois vieste iluminar a minha vida e ensinar-me que entre humanos e animais também há amor à primeira vista.
Obrigada por teres surgido na minha vida e tê-la tornado melhor.
A tua “mamã”,
Sónia"
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