HISTÓRIAS DA AVÓ ANA...
Nunca me deixaram ter qualquer animal, somente uns grilos que acabam por morrer quando acabava a época da alface.
O meu único contacto com animais em criança foi de um pincher de uma tia que infelizmente acabou for falecer na minha casa; se até aí a minha mãe não queria animais ainda pior ficou depois da morte do Bobi por quem tanto chorámos as duas.
Penso que isto ficou comigo e também eu não queria animais embora gostasse muito de cães e gatos para mim era a crendice popular "são falsos e não conhecem o dono".
Em casa da minha sogra havia um belo Pastor Alemão e um lindo rafeirito mas nem por isso eu me entusiasmava de ter animais, achava que tudo daria muito trabalho e eu tinha dois filhos pequenos. Ela tinha sempre gatos e só me lembro de uma a Charrinha que viveu 18 anos mas eu era tão desligada de gatos que nem sequer me recordo das cores dela, havia sempre vários lá em casa mas como entravam e saiam nem sei bem quais eram verdadeiramente dela.
Uma coisa um dia me marcou, nasceram bebés lá em casa e a minha sogra pediu-me para "acabar" com os bebés visto que achava que eu não lhes ligava, só lhe respondi que podia não ligar mas era incapaz de fazer o que me pedia, aliás nunca fiz mal a nenhum animal embora não lhes ligasse.
Mas a minha paixão um dia surgiu, forte e arrebatadora, pensei que queria ter um gato e ele pareceu à minha frente dentro de um cestinho com mais dois irmãos exactamente iguais, Pretos Lindos, não havia por onde escolher, o meu marido pegou num e ficou, o Negrito.
A partir daí e paixão foi crescendo e eu que não sabia nada, absolutamente nada de gatos, aprendi, entusiasmei-me e conheci um monte de gente que ajuda animais, também eu comecei a ajudar alguns.
O Negrito não é exemplo de uma história triste, afinal ele nasceu numa casa e tudo farei para que seja feliz comigo até que a morte nos separe.
Muitas vezes quando olho para ele os meus olhos ficam marejados de lágrimas pensando no quanto gosto dele, a minha Pantera Negra Linda.
Claro que adoro todos os meus meninos, a Mimi que se pendurou nas minhas pernas para brincar, o Pantufas que foi apanhado na estrada numa noite escura de verão e mama no meu pescoço desde a hora que o apanhei, a Menina que me presenteou com os seus dois bebés.
Falta ainda falar da minha Farrusca, um linda cadela abandonada e por nós recolhida que nos mostra todo o seu amor assim que estamos com ela. Também por ela choro sempre que a deixo mas consolo-me pensando que ela tem casa e comida, coisa que os antigos donos selvaticamente lhe retiraram.
Dos 17 bebés de que fui FAT só um teve um triste final, dos outros tanto quanto sei tem vidas felizes e esses tem o seu cantinho no meu coração.
A todos eles desejo longas e felizes vidas."
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